sexta-feira, 10 de abril de 2009

Capítulo I - O Observador

Sabe, você já teve a impressão de estar sendo observado? Sentado no quarto, andando na rua, viajando de carro, conversando com amigos, andando na rua, andando na rua... noite. Há cerca de um mês atrás, lá estava eu voltando para minha casa, em uma cidade do interior, mas nem por isso menos importante; em uma bairro de classe média-alta, e por isso com muitas casas e pouco movimento noturno; em uma rua que leva o nome de uma letra. "J". Esse era o nome. Ficava há um quarteirão a esquerda do único shopping da cidade, e eu me gabava de tal proximidade, afinal, era ali que acontecia todo o movimento nós sábados, mesmo existindo opções de bares ou afins.

Porém... Bem, eu andava tranquilo, com meus cabelos castanhos, nem tão curtos ou tão grandes, dançando com o vento que ia tocando a noite e deixando ainda mais branca a minha pele já muito clara. Saindo da avenida as margens do rio que cortava a cidade - e desculpe-me a falta de nomes, mas prefiro que seja assim - e mesmo sendo 22:07 horas, eu, voltando de um bar, podia ver que o movimento de carros era intenso, embora apenas naquela avenida e não na rua "J", a qual eu adentrei em poucos minutos, mas agora suando frio e com um temor... Era uma sexta-feira, ou seria quinta? Não, tenho certeza que era sexta, pois era Sexta-Feira Santa, o dia em que Jesus, filho de Deus, morreu por nós, pecadores... Não que eu acreditasse em Deus, pois tinha minhas dúvidas. Tinha por que agora já tenho certezas, mas, devo dizer-lhes que estamos fugindo do relato inicial, e deveremos voltar para não perdermos o passo. Vejamos... Sim, uma Sexta-Feira Santa. E eu, ao cruzar o primeiro de dois quarteirões até ao que se localizava o meu apartamento, apaguei o cigarro que fumava, pois era impraticável o ato de fumar sob aquela chuva que caia e sob o meu coração em disparada...

Desculpem minha tolice, pois esqueci de alertá-los de um fato ocorrido momentos antes. Ainda ao andar pela avenida a beira do rio, e ainda há observar os carros passando em velocidade considerável, olhei para o céu, acendi meu cigarro - que havia comprado no bar do qual acabara de sair - e ao dar três passos, ainda olhando para o céu, vi uma gota de chuva passar próxima aos meus olhos castanhos claros - esverdeados quando de encontro à luz do sol. Pestanejei a falta de sorte, mas continuei a fumar e continuava a chover cada vez mais forte. Foi quando, no momento em que meu relógio de pulso apitou avisando já ser 22:00 horas, que eu, ao tirar as mãos dos grandes bolsos do meu sobretudo preto para ajeitar melhor ao corpo o mesmo, olhei para a entrada principal do shopping, e, ao contrário dos sábados, ela estava vazia. Completamente vazia e nem mesmo eu podia ver o segurança que de costume se encontrava por toda a noite ali. Embora diferente, não foi esse o fato que me deixou curioso, ou seria amedrontado? Foi quando, ao olhar novamente para frente, um calafrio me percorreu a espinha, e uma força desconhecida me fez parar, estagnado. Eu estava sendo observado por alguém, que estava a menos de 200 metros. E este alguém havia acabado de dobrar a rua "J", a minha rua "J"...

Seria apenas uma ilusão, um fardo da bebida consumida à pouco, ou tudo era real? Já havia tido a impressão de estar sendo observado tantas vezes quanto você, que lê estas palavras. Porém, não dessa forma, nunca dessa forma. Não era apenas uma sensação, pois eu seria capaz de jurar por minha vida que eu havia visto alguém na esquina da minha rua, e que depois de me observar, essa pessoa, que ainda poderia afirmar ser de baixa estatura, adentrou, assim como eu seria obrigado a fazer, a rua "J"...

E lá estava eu, a caminhar pelo segundo quarteirão... Poderia ser um ladrão a espreita? Talvez... Mas então ele conhecia-me muito bem, pois o fato de ter entrado na mesma rua que eu teria que passar foi muito esperto da parte dele. Mas, não, não havia ladrão algum naquele local. Bem, eu não acreditava em demônios, assim como Constantine pergunta em seu filme. Porém, a resposta da moça também é não, e o "velho" Constantine completa: Pois eles acreditam em você... Eu não sabia que eles acreditavam e nem esperava por nenhuma coisa desse tipo, vê se pode. Demônios! Poupem-me de tal asneira! Então, poderia respirar aliviado, pois já estava no fim da rua, e chegaria em casa dentro de um minuto. Um minuto, um mísero minuto, que mudou todo o rumo da minha vida, para sempre...

Engraçado, pois por mais que nunca imaginemos, nem durante toda a existência, sempre existirão os minutos, que por menores e desprezíveis que sejam, mudarão completamente sua vida. Mas, embora muitos possam vim a duvidar, tente, nesse minuto, imaginar o que seria de você se não tivesse parado por um tempo para ler. Estaria ainda na segurança de sua casa, ou sendo assaltado, se esbarrando com o amor de sua vida, lembrando de ter esquecido o celular e voltando para casa, desistindo de ir ao colégio e desviando a rota para um lugar mais interessante, onde seria descoberto pelo seu pai 2 horas depois? Tantas variáveis, e ainda houve um tempo em que eu acreditava em destino... Não gosto da idéia de não poder controlar minha própria vida, por isso, cada escolha muda todo o meu caminho, e para cada caminho existem muitas opções... A minha foi não recuar, e encarar a rua "J" e descobrir, mesmo sem querer, tudo que a mim havia sido negado durante tanto tempo...

2 comentários:

  1. Po, vey, gostei pra kramba, quero ser o 1º a ler o segundo capítulo... sempre que precisa to aki pra da qualquer suporte =D

    escreva ai!

    n sei se vc jah viu: controle absoluto, mas jah que vc me disse que n qr suspense dexa pra lah... contudo, ficando curioso assista... eh mtu bom ^^

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  2. Obrigado!!

    Bom, acabei de postar o segundo, vá ler! hehehe
    Vou dar uma olhada, ok? "Controle absoluto"... Não me é estranho... ^^'

    VLW!

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